Slow Movement: Desacelere, Viva Muito e Viva Bem!
Viver em um ritmo acelerado, de certo que tem um certo charme (“live fast, die young” – viva rápido, morra jovem…), contudo, considero que a alternativa é bem mais interessante: desacelerar, viver muito e viver bem!
O Slow Movement preconiza a vivência do tempo com maior QUALIDADE para tudo e todos.
Começou na Itália, em 1996, com o Movimento Slow Food, que contrariava os valores e a cultura associadas ao “fastfood”: a proposta é a de saborear lenta e atentamente a refeição, a qual igualmente levou tempo e atenção para ser preparada, em contraponto às comidas “massificadas” e “pré-fabricadas”.
O ideal “slow” pode ser aplicado a tudo, focando em desacelerar para apreciar e tornar mais prazerosas todas as atividades.
A “filosofia slow” estendeu-se para inúmeras áreas, enumerando, a seguir, algumas delas:
- “Slow Cities” – cidades pequenas, com maior qualidade de vida…,
- “Slow Travel” – apreciar o passeio como um todo, não apenas o destino…,
- “Downshifting ou Simplicidade Voluntária” – redução de preocupações, de bens materiais, para conquistar mais tempo para o convívio com quem amamos e demais atividades prazerosas…,
- “Slow Fashion” – roupas sustentáveis e duráveis, que não saem de moda no ano seguinte; qualidade em detrimento da quantidade…,
- “Slow Sex” – sem pressa, com carinho, amor e muito mais prazer…,
- “Slow Art” – propõe apreciar por 5 a 10 minutos cada obra e trocar ideias sobre a experiência, sob a coordenação de um curador ou artista (sobre este tópico, tenho mais a dizer, na sequência)…
Se antes, o ditado era “tempo é dinheiro”, a nova versão pode ser “tempo é prazer”.
Existe uma verdadeira obsessão por atividades e tecnologias que otimizam o tempo, só que, ao invés de aproveitar este ganho para o lazer, as pessoas acumulam outras novas tarefas! A impressão é que o dia não é suficiente para cumprir todos os compromissos…
Degustar refeições, conversar, conviver com a natureza, apreciar as artes, enfim, os prazeres da vida são tidos como um “insulto” à nossa posição de “ocupados demais para se dar ao luxo desperdiçar tempo”.
Viver num ritmo slow é procurar viver num ritmo equilibrado que seja bom para o corpo e bom para a mente (saúde), bom para os relacionamentos, para as sociedades e comunidades (desenvolvimento pessoal, social e local), e para o planeta (ambiente, sustentabilidade), é um modelo de equilíbrio para viver melhor sabendo quando é necessário abrandar ou acelerar não deixando que o abrandamento se torne estagnação, nem deixando que a aceleração se torne maníaca.
Fonte: https://www.slowmovementportugal.com/
Focando o tema para as Artes, onde seria de esperar-se qualidade de público e de interação, o que se constata é justamente o oposto: a média gasta por um visitante em frente a uma obra é, segundo o “The New York Times”, de 15 a 30 segundos!
Museus, galerias e meios de comunicação mensuram o “sucesso” das atividades artísticas pela QUANTIDADE de pessoas circulando, pois não há como medir a subjetividade: o PRAZER e a QUALIDADE da experiência vivida.
Phil Terry, CEO da Collaborative Gain, Inc. é o idealizador do Slow Art Day (dia 08 de Abril). Frequentador rotineiro de galerias e museus, mudou radicalmente seu modo de apreciar e interpretar as obras, após ter experienciado, pela primeira vez, dedicar longos minutos para cada obra, em 2008, no Museu Judaico, passando a incentivar esta forma de vivenciar a Arte.
O Slow Art Day orienta aos observadores das Artes que dediquem de cinco a dez minutos a cada obra escolhida e, então, lhes propicia a oportunidade de conversar sobre a experiência com outros espectadores, comumente, com a mediação de um Artista ou um Curador.
Pessoalmente, tenho o prazer e a honra de ser o representante brasileiro do Slow Art e, em abril, dedicarei a receber o público, organizado em pequenos grupos.
Os visitantes serão os “curadores”, selecionando as telas que mais apreciam e estas serão postas em exibição particular! Após apreciarem, trocaremos ideias, e, como também sou Psicoterapeuta, é bem provável que a dinâmica flua para vivências, exercícios de imaginação ativa, perante a reação a cada tela (assista ao vídeo!).
Venha vivenciar o universo “slow” de QUALIDADE de experiências: será um prazer lhe receber na Slow Art Day Brazil – dia 15/04/2023 – 15hs
Encontro com vocês lá!
Slow Art Day Brazil
Desacelere, Aprecie e Vivencie A Arte
Saiba que será um prazer lhe receber!
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