Neste artigo para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho homenageia o Dia Do Rock com suas artes e destaca o espírito de juventude que impera sobre os idosos ídolos e fãs deste estilo de vida e o ponto de vista dos de menor idade que desconhecem o quanto seus avós foram interessantes e revolucionários.
Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6363, de 14/07/2023
Garota Roqueira – Arte Corporal e Fotografia: Henrique Vieira Filho
Dia 13/07 é o dia internacional do Rock’n Roll, movimento sociocultural que vai além da música, abrangendo aparência (roupas despojadas, tatuagens) e comportamento (rebeldia, vida intensa), ou seja, um estilo que remete à JUVENTUDE.
Em recente apresentação da Rita Lee (“cover”, claro) em Serra Negra, o público que cantava e dançava na praça lotada esbanjou jovialidade, além de muitos, muitos mesmo, anos de vida.
Já os de menor idade que lá passaram permaneciam indiferentes ao show, alguns até “trollando” (“tirando sarro”) os “boomers” (gíria utilizada para confrontar a geração mais velha), achando tudo muito “cringe” (“vergonha alheia”).
Mal sabem eles que seus avôs e avós foram bem mais “baseds” (“descolados”, autênticos) do que poderiam supor: quando adolescentes, ostentavam longas cabeleiras, calças rasgadas, minissaias, protestavam contra as injustiças e questionavam as regras sociais.
Ou seja, não eram “poser” (quem finge ser o que não é, só para agradar), nem “militantes de telão” (quem defende causas apenas para “aparecer” e ganhar “curtidas” nas redes sociais): a geração roqueira realmente “mitou” (fazer algo sensacional)!
Ufa! Precisei de um dicionário português-”internetês” para conseguir me expressar tanto para os mais novos quanto aos que, assim como eu, somam bem mais tempo de experiência!
Os grandes ídolos do “rock” já são chamados de “dinossauros” e boa parte de seus fãs igualmente já chegaram à “melhor idade”. Não é mera coincidência que seus espetáculos tenham patrocínios de planos de saúde especializados nas faixas etárias mais elevadas!
Ainda assim, a filosofia roqueira tem o poder de aproximar gerações, bastando a juventude abrandar os preconceitos e aprender a “curtir” um pouco mais deste gênero que derivou da musicalidade africana nos anos 50 e que ainda está muito longe de se aposentar.
Até mesmo eu, que nem gosto de sons altos, fiz questão de homenagear em várias de minhas pinturas, nas quais “escondi” Roger Waters (Pink Floyd) e Rita Lee nos cenários de grandes cidades e retratei imagens inspiradas na ópera rock “The Wall”.
A ilustração deste artigo é um ensaio fotográfico de pintura corporal em que apliquei na modelo o raio facial de David Bowie, com a maquiagem kabuki do Kiss, a língua icônica do Rolling Stones e uma guitarra. Tudo junto e misturado, em ritmo de Rock!