Neste artigo para o Jornal O Serrano, Henrique Vieira Filho discorre sobre o Sereismo do ponto de vista psicanalítico, sobre o aniversário da Fontana Di Trevi serrana e suas polêmicas e convida para o espetáculo deste dia 18/05, na praça central de Serra Negra.
Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6403 de 10/05/2024
Henrique Vieira Filho em um exercício lúdico de Sereismo, Arte e Psicanálise
Nesta semana, a réplica serrana da Fontana di Trevi completa um ano e, como bem pontuou Oscar Wilde: “Só existe uma coisa pior do que falarem da gente. É não falarem!”.
Sempre lotada de turistas e rendendo boas discussões, recentemente os grupos de internet amaram e também polemizaram as belíssimas imagens de sereias que posaram à beira da fonte. Elas vieram para a inauguração da Residência Artística e fizeram questão de divulgar a cidade.
Meu contato com este imenso cardume (são mais de 50 mil no Brasil) se deu tanto pelas minhas pinturas, quanto por ser psicanalista e foi nesse tom que participei de um documentário sobre o tema, sintetizando tanto uma possível interpretação freudiana, quanto junguiana.
Mirella Ferraz, um grande nome do Sereismo no Brasil e a obra Brazilian Mermaid de Henrique Vieira Filho
Me entrevistaram sobre como perceber se a adesão a estas curiosas culturas está sendo saudável ou não. Daí, sugeri alguns tópicos que são válidos para muitas situações:
- A pessoa se sente feliz?
- Ela necessita de cada vez mais tempo dedicado a esta prática para se sentir bem e, na impossibilidade de vivenciar, apresenta ansiedade, irritabilidade, insônia e desconforto?
- Está negligenciando as demais atividades sociais, profissionais ou de lazer na sua dedicação à causa?
Em suma, alguns questionamentos (e não “julgamentos”…) convencionais que seriam aplicados em qualquer situação de comportamento, para detectarmos até que ponto é (ou não…) uma “fuga” de algo, e como podemos integrar esta faceta da personalidade.
Ao contrário do que muitos possam imaginar, todas as sereias que conheci são pessoas absolutamente produtivas na sociedade. Estudam, trabalham, cuidam de suas famílias e, seja por lazer, seja profissionalmente, vestem suas caudas e se aventuram pelas águas. As que conheço são engenheiras, biólogas, atrizes, cantoras, mães e ferrenhas defensoras da natureza!
Aliás, várias delas voltam a Serra Negra no dia 18/05, para encantar a todos na praça central, com música dança e lembrar da importância da preservação de nossas nascentes!
Ou seja, em termos de sanidade e de integração na comunidade, os sereístas se saem bem melhor do que eu, que sou quase um ermitão anti social…