Raízes - Modelo: Pam - Arte Digital: Henrique Vieira Filho
Muitas cantigas, poemas e lendas que chegam a nossos dias por tradição oral, associam as plantas com os benefícios terapêuticos que dispõem.
Pode ser uma forma proposital de perpetuar o conhecimento milenar sobre as ervas, ou, até mesmo, ser “coincidências significativas”, ou seja SINCRONICIDADES (umas das brilhantes teorias de Carl Gustav Jung).
De toda forma, até mesmo a Etimologia dos nomes populares e científicos dos Fitoterápicos já se mostram bastante significativos em nos transmitir pistas de como podemos interagir com estes vegetais e beber de sua experiência e harmonia com a natureza.
Para este artigo, ilustraremos com algumas considerações sobre a Lavanda (Alfazema), que é um equilibrante Yin e Yang do Movimento Fogo.
Este artigo é extraído da propositura de palestra “Jung e Fitoterapia”, para o evento Holística 2014.
A Lavanda é igualmente conhecida como Alfazema e, também, por Nardo.
Para um de seus nomes populares, no caso, Nardo, há muitas controvérsias quanto à origem.
Em uma das versões, trata-se da palavra persa “nard”, advinda do sânscrito “nalàdá”, que significa “óleo perfumado”. outra teoria afirma que os gregos se referiam a ela como Nardus, por ser popular na cidade de Naardus, perto da região do rio Eufrates, na Síria.
Segundo a maior parte dos especialistas, o nome desta planta se origina do latim “lavāre”: água com essência aromática para lavar, limpar e banhar.
Seu outro nome, Alfazema, confirma a idéia: do árane “al-huzâma”, ou “al-khuzāma” ou “al-khuzāmā”: planta aromática.
Poderíamos extrapolar e relacionar com “lava”, no sentido de magma, produto de uma erupção vulcânica, que tem origem itálica em “lava” (matéria de inudação que se espalha) e do latim “labes” (abertura da terra que causa dano).
Ainda que Etimologicamente incorreto, para efeitos lúdicos, vamos explorar a sincronicidade dos vários conceitos da palavra “lava” e a área de atuação do Fitoterápico Lavanda…
Em exercício de imaginação e para memorização didática, lembremos da “lava” (quente, vulcão…) e do “lavar” (banho quente ou frio, de corpo e alma…), ora “esquentando”, ora “esfriando” a “temperatura” de nossas emoções, pois a Lavanda é equilibrante geral do Movimento Fogo.
Segundo uma de suas lendas, a planta foi trazida por Adão e Eva do Jardim do Éden, confortando neste período de grandes emoções.
Muito estudiosos consideram ser a Lavanda a erva aromática citada na Bíblia, como sendo o bálsamo com que Madalena unge os pés de Jesus, como gesto de devoção/sedução e preparando para o período a seguir, que é a sequência da Paixão de Cristo.
Esta conexão se reforça, pelos muitos escritos que relacionam seus óleos com a sedução: Judith, que salvou a cidade de Jerusalém; Cleópatra que a usou para conquistar Julio César e Marco Antônio; e a rainha de Sabá, para se encontrar com o Rei Salomão.
Anacreonte (563- 478 a.C.), famoso poeta lírico grego, recomendava ungir o peito com lavanda, por ser a sede do coração, fazendo assim mais uma associação da Lavanda com os sentimentos.
Ludicamente associando sequelas de “lava”, com a idéia de “temperatura” e um dos atributos do Movimento Fogo, que é o tato, vamos acrescentar aqui um fato tido como histórico:
René-Maurice Gattefossé, um perfumista francês, trabalhava em seu laboratório quando sofreu uma grave queimadura e, por reflexo, tratou com o que tinha mais próximo à mão, que foi o óleo de lavanda, cessando a dor, amenizando o inchaço e com menos sequelas posteriores, até mesmo, quanto a cicatrizes.
Este é considerado o início da Aromaterapia moderna.
Henrique Vieira Filho – Terapeuta Holístico – CRT 21001, é autor de diversos livros da profissão, ministra aulas na CEATH – Comunidade de Estudos Avançados em Terapia Holística. [email protected] (11) 3171-1913
[caption id="attachment_715" align="alignleft" width=""]Foto e Arte Digital: Henrique Vieira Filho[/caption]Simplesmente dizer que o fitoterápico Cavalinha (Equisetum arvense) possui grande quantidade de sílica, equisetonina e uma vasta gama de minerais, com toda a sinceridade, não satisfaz meu lado racional e, menos ainda, ao meu psiquismo.
Prefiro explicar os poderes desta planta, como sempre fizeram os nossos ancestrais, ou seja, por suas lendas, as histórias contadas geração após geração e as incríveis "coincidências" com suas aplicações terapêuticas.
O nome científico da Cavalinha deriva do latim, de equus (cavalo) e sēta,ae (seda, crina de cavalo, seta).Etimologicamente incorreto, mas sincronisticamente certos, alguns autores somam equus (cavalo) e “seta”, do latim sagitta (flecha, seta), que igualmente lembra a figura mitológica do sagitário.
Na língua inglesa, o nome tem a mesma linha significativa: Horsetail (rabo de cavalo).